quinta-feira, 8 de setembro de 2011

"Comunicação"

"Vivemos rodeados das palavras, mas às vezes elas não nos ajudam na comunicação. Ouvimos ou lemos com interpretação própria, conforme estamos no momento, conforme nossas emoções, conforme até nossas experiências passadas. Palavras são armas engatilhadas que disparam para todos os lados. Não que de onde elas saíram tenham sido programadas para nos atingir. Não necessariamente. Na grande maioria das vezes são as nossas interpretações que acionam o gatilho das palavras e nos deixamos sucumbir por elas.

 Já li em algum lugar,  que 'somos responsáveis somente pelo que dizemos e não pela interpretação que o outro deu às nossas palavras'. Será mesmo? Tenho minhas dúvidas. Penso que devemos ser claros em nosso discurso, não deixar margem à ambiguidade, nem na escrita e muito menos na fala, porque nesta podemos nos expressar  com uma gama de outras palavras, repetindo a mesma ideia até que possamos passar com fidelidade o que desejamos dizer. Deixar uma interpretação livre não é honesto para nossos ouvintes ou leitores. E muito mal faz a qualquer relação. Deixar que o outro interprete como quiser é como ficar 'em cima do muro'. Gosto do preto no branco. Às vezes me ralo por isso, mas sempre acabo descobrindo que vale a pena. É claro que sempre corre-se o risco do outro interpretar conforme seu desejo, suas crenças, seus medos, seu emocional.

Comunicação é coisa séria. Cada palavra dita tem seu peso na sequência da nossa vida. Cada palavra dita deve vir com a precisão e a exatidão que seu valor merece. Palavras jogadas ao vento, na compulsão, na raiva, na emoção, fazem um mal danado. Prefiro sempre palavras faladas, olho no olho. Palavras que só recebemos pelos ouvidos, sem a presença do outro, podem gerar grandes enganos, criar conflitos, marcar uma vida. É claro que quando o outro NÃO nos escuta, recorremos à força da escrita, mas esta deve ser, então, muito precisa.

Quer entender bem o que o outro tem a lhe dizer? Escuta com todos os sentidos. Observa seu comportamento corporal e a entonação da sua vóz. Sinta sua naturalidade ao falar, os movimentos de seus olhos e questiona o que ficou encoberto, obscuro. Não se contenta com frases curtas, palavras fechadas, nem termos genéricos, como 'nunca', 'sempre' 'jamais'. Desmembra essas palavras ou condensa as prolíxas para que a comunicação fique limpa, clara, objetiva. Escuta MESMO, sem ficar pensando no que vai responder enquanto o outro está se comunicando, porque atenta ao que se vai dizer, se acaba por não ESCUTAR.

Aí caímos naquilo que os homens detestam: Discutir a relação! Mas não ligue. Os consultórios de terapia estariam menos cheios se todos nós  aprendêssemos a nos comunicar. É claro que não é fácil. Eu mesma sei disso. A tendência é fugir do confronto, deixar prá lá, não se estressar. Mas, ledo engano! Tudo que não for digerido na comunicação tende a crescer e deixar um gosto amargo na relação. Seríamos mais felizes e com menos estresses se nossas falas fossem ditas e interpretadas com a precisão que elas merecem. Também se interpretássemos com discernimento  a fala do outro. Um brinde então à comunicação perfeita!"

by Crisbalbueno

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

"Estar Só"

"É bom estar só. É um tempo que precisamos para organizar pensamentos e sentimentos. Tempo de colocar as ideias para funcionar e traçar metas e estratégias para levar a vida para frente. Estar só é bom mas não é coisa fácil. Muitas  vezes adiamos aquela sessão com a gente mesma porque a conversa vai ser muito longa.  A verdade é que, estando só, ficamos frente a frente com nossos defeitos, desejos e pendências. E tudo isso dói, cobra da gente, nos tira das fantasias e nos joga na real.  É que o  medo é maior que o tempo que podemos dar para estar só.

Mas não vamos confundir estar só com sentir-se só. Estar só é diferente de sentir-se só. Sentir-se só e muito triste. É estar no meio de uma multidão e ser invisível. É ver as pessoas passando vivendo a vida e você parada nela. É ver a chuva molhando a terra e não perceber que é primavera. É caminhar descalça tendo um par de sapatos. Sentir-se só é muito triste. Triste de dar dó.

Mas estar só, de vez em quando, é bom. É necessário. Importante para abafar todas as vozes que enfeitiçam, paralisam e nos escondem de nós mesmas. É preciso se olhar no espelho secreto e reconhecer quem somos e o que queremos. Sem enganos, sem trapaças, sem medos. Por isso dói. Dói porque nos obriga a deixar tudo em ordem, definido, sem máscaras.

E arrancar máscaras não é para qualquer um. É preciso coragem para a gente se despir sem a arte do photoshop. Mostrar a face sem a maquiagem do disfarce é um ato de bravura. Com tanto tempo de uso a máscara já se acha dona da face. Aderiu tão fortemente que só a vontade não basta para desmascará-la. É preciso persistência, força e paciência.

E depois de arrancá-la o que eu coloco no lugar? Qual é meu rosto? Como são meus traços? Nem a gente se reconhece. Nem a gente consegue digitalizar a nossa face. É uma gestação delicada, demorada, dolorida. Mas no final a criatura nasce. Perfeita com suas imperfeições. Linda sem nenhuma maquiagem. Aprimorada arte final. Agora me reconheço. Essa aqui sou eu!"

by Crisbalbueno


terça-feira, 26 de julho de 2011

"Ser quem Somos"

"Cada momento que deixamos passar sem expressar o nosso desejo para com ele, não volta jamais. Perdemos o sabor daquela vitória caso tivéssemos sido sinceras  e corajosas para ser quem somos e não ficarmos acuadas diante da palavra do outro. Nunca iremos saber como seria se tivéssemos ficado quietas, concordando ou não, com o que estava sendo dito.

Por que escutar sem participar ou participar sem acrescentar? Qual o receio em sermos quem somos? Que poder tem o outro para que não sejamos genuinamente quem somos? "Ah, você pode dizer,  se eu disser tudo que sinto o outro pode não gostar e daí não tenho mais nada para lhe dar". É verdade, mas continua existindo o nosso desejo, mesmo que escondido, e em algum momento ele vai se mostrar. Não tem como esconder e o outro não vai aceitar a mudança no pensar.

É esse tipo de comportamento que cria relações falsas, fragilizadas, castelos sobre a areia. Logo tudo desmorona e ficamos mais só do que antes. Nada como ser autêntica, real. É claro que há um preço a ser pago, mas fica sempre a sensação - depois que sai a dor - de se ter sido real, verdadeira e não um personagem muito bem interpretado. Também dói, machuca ser quem somos. Isso porque nem sempre o outro tem a capacidade de entender ou interpretar nosso comportamento dentro dos mesmos princípios que utilizamos ao criá-los.

 A grande verdade é que todos somos bem complicados. Queremos dizer alguma coisa que mostre nossa individualidade, nossa verdade e terminamos diante de um júri sem nenhum advogado de defesa, onde o promotor é um ser absoluto. Mas, doendo ou não, sempre vale a pena ser verdadeiro sem medo de não ser amado pelo que somos."

by Crisbalbueno

segunda-feira, 18 de julho de 2011

"Uma Palavra"

Você já sentiu-se só mesmo estando acompanhada? Já precisou desabafar porque o peito e a mente pareciam competir para ver quem ressoava mais alto? Com certeza você não queria conselhos e nem discursos. Muito menos lições de sabedoria. Queria um ouvido amoroso para lhe dar atenção e uma palavra para lhe confortar. Talvez duas, não mais. Somente para lhe apoiar, amar, acarinhar. Para você sentir-se gente presente e não ausente.

Uma palavra, um toque, um beijo, um abraço apertado ou um gesto qualquer de cumplicidade fazem um bem danado. A dor diminui, a ansiedade abaixa e você até acha que foi exagerada a sua dor, o seu desabafo, porque o outro dividiu com você aquele momento.

Uma palavra, só uma, faz toda a diferença quando você já não consegue mais segurar o grito que teima em sair enlouquecido para não terminar morrendo esquecido em algum lugar lá no fundo, num cantinho da sua dor. Uma palavra, não mais que uma palavra basta para a gente nascer de novo, sair da loucura, voltar a ser gente.

by Crisbalbueno

sábado, 9 de julho de 2011

"De Repente"

"De repente você olha para trás e descobre que fez nada ou quase nada dos anos que se passaram. Descobre que os sonhos e devaneios acabaram ficando por lá. Nunca realizaram-se. Descobre ainda que  continua tendo aqueles mesmos desejos, mas que o tempo já não permite que a sua maioria concretize-se. Por várias razões. Alguns deles já perderam a data de validade. Outros não dariam hoje o mesmo prazer de quando foram sonhados. Mas você continua ignorando essas verdades e sonhando o sempre sonhado. Mas são apenas quimeras, fantasias, sonhos obsoletos, ultrapassados, cuja função consiste em lhe deixar lá no passado. Daí você se arma de forças interiores, de racionalizações e diz: "Chega....agora é hora de viver o real, o possível...". Mas acontece que não dá mais para se abster das coisas tão sonhadas, tão idealizadas. Dói demais. Sangra muito. Então você começa a fazer novos sonhos, mais bonitos ainda, mais prazerosos, mais reais. E ...meu Deus! Você descobre que já os está vivendo, que está totalmente dentro deles e que não havia percebido. Descobre que tem muito mais do que já quis, que nada falta. Que tudo o mais era apenas fantasia, coisa de criança que não cresceu, de jovem que não viveu, de quem somente pensava em ser feliz. Agora você acorda para a vida e começa a agradecer tudo que tem, todos a quem ama, tudo que construiu. Seus olhos se abrem e um novo dia começa a nascer para você ser feliz."

by Crisbalbueno

sábado, 2 de julho de 2011

" O Pingo de Água e o Raio de Sol"

"Em um cantinho da calçada um pingo de água ficou esquecido depois que a chuva foi embora. Um pequeno raio de sol desceu do céu e tocou no pingo, que, gelado, agradeceu sorrindo pelo calor recebido. O sol emocionou-se em ver o pingo todo molhado e encolhido. Aumentou então o calor de seu raio para aquecer o pingo que feliz da vida brilhou agradecido.

Quanto mais o raio de sol batia no pingo, mais o pingo brilhava e o sol, envaidecido, mais forte ficava para ver seu brilho no pingo. E assim, cada vez mais aquecido, menor o pingo ficava. "Que perigo - pôs-se o sol a pensar - não é bom ver um pingo aquecido. Antes um pingo gelado que um pingo sumido".

Você já se deparou na sua história com um 'pingo de gente' rebelde, inquieto e desobediente ? Um pingo de gente tão pequenino, mas tão exigente,  que você teimou em aquecer a qualquer custo e que acabou não tendo jeito? Um pingo quando muito quente e protegido perde a identidade, desaparece, evapora e não vira gente. O tempo certo, o amor certo, na medida certa, aquecem o pingo sem o perigo do seu sumiço.

by Crisbalbueno

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Criminalidade Jovem

A pergunta sempre fica - "O que faz um jovem da classe média-alta se envolver com roubos, furtos, assaltos ou  drogas?" Digo classe média-alta porque ao jovem pobre, miserável, sem teto, sem estudo, sem calor humano, não se levanta esse tipo de questão. É óbvio, é visível, o ambiente no qual ele está inserido diz tudo. É claro que não se justifica, mas fica-se pensando serem estes os motivos que o colocaram à margem da lei e da sociedade. Não se justifica porque para milhares desses jovens delinquentes da mais humilde e pobre das periferias, temos centenas deles que lutam para sobreviver dignamente e alcançam seu espaço na sociedade. Estudando ou não, mas trabalhando com aquilo que sabem e podem fazer. Seja empurrando um carrinho carregado de papelão ou o enchendo de ferro velho. Superam-se no que fazem. Temos visto na mídia reportagens sobre superação a todo instante. Pessoas que não precisaram entrar no vício e nem na infração. Chegaram próximo ao topo da pirâmide econômica e se tornaram multiplicadores de talentos.

 Com esse nosso outro jovem não! Nada disso nos convence. É algo muito mais profundo, menos óbvio, mais escondido dentro daquele que, querendo estar melhor, desconecta-se e nunca mais se encontra. Fica perdido dentro de si mesmo sem saber quem é. Sem objetivos reais, sem perspectivas, sem discernimento, sem poder de julgamento. Não é mais dono de si. Perdeu sua identidade. Aí volta a pergunta: "O que leva o jovem classe A, com família, estudo, saúde, conforto, tendo todas as oportunidades para usufruir de uma vida digna e honrada,  a transgressões sociais e à criminalidade?" Logo nos chega à mente: "O sistema familiar". Então a família é julgada, hostilizada, alvo de preconceitos, pais e familiares fogem da imprensa, da mídia, das entrevistas. O caos se instala.

Daí eu me pergunto: "Pode um pai e uma mãe em sã consciência, em sanidade mental, colocar um filho nessa dolorosa estatística de criminalidade jovem classe média-alta?" Penso que as famílias desses jovens delinquentes não possuem uma resposta para o comportamento de seus filhos. O que mais escuto - quando os pais, vencendo a barreira da vergolha e do medo, dizem - é que "...o filho sempre foi uma criança dificil...uma criança diferente...". Aí está latente o futuro transgressor! Dois polos e um único ponto de chegada. Não tem como escapar. Com um comportamento agressivo ou passivo, a linda criança vai crescendo sem que ninguém consiga impôr limites ou entender aquela sua aparente apatia. Surgem assim os transtornos de personalidade. Os comportamentos inadequados daquela criança, sua impulsividade, apatia ou hiperatividade, qualquer manifestação de uma conduta perturbada, deve ser o alvo das atenções dos pais enquanto ela é ainda pequenina. Esses sintomas são  um  pedido socorro.

Os comportamentos anti-sociais ocorrem já cedo na vida do jovem e dentro de um contexto familiar, devendo ser analisados com carinho. Essa criança 'difícil', 'diferente', precisa ser diagnosticada e tratada. Para isso existem os profissionais especializados na área da saúde - neurologistas, psiquiatras, psicoterapeutas. Não sei se faltam informações, se elas são insuficientes, ou se existe um mecanismo de negação que deixa esses pais paralisados na fase tão delicada da primeira e segunda infância. Talvez ambos. Em todo o caso é triste, lamentável e doloroso o que está acontecendo com os nossos jovens. É a  dor dos pais inconsoláveis com os danos que seus filhos causaram e também o sofrimento daqueles que foram vítimas da criminalidade jovem.  

by Crisbalbueno


terça-feira, 24 de maio de 2011

A Verdade

Algumas coisas incomodam-me um pouco. Umas inquietam-me muito. Outras machucam-me demais. Sobre as primeiras eu deixo passar. O tempo cura. Já as outras tenho que esclarecê-las rapidamente. E isso também machuca, porque lá no fundo, não quero admitir que sejam reais, que existam  sob a máscara que cobre o rosto. Dói porque dou uma chance - às vezes mais que uma - para que sejam desnudas e mostrem a sua face. Nem sempre consigo o resultado desejado e então machuca mais uma vez. Mas...estou falando de quê? O que quero dizer com todo esse preâmbulo?

De algo que sempre existiu e que, infelizmente, parece que faz parte da humanidade. Falo da 'mentira'. Essa arma engatilhada que às vezes vem precedida da 'omissão'. Só que esta ainda dá chances para que a verdade seja dita, pois a mentira ainda não foi sacramentada. A omissão é uma 'mentira com botox'. É o lobo com pele de cordeiro. Mas depois que a arma foi engatilhada, mesmo que o tiro não saia, algum pedacinho da gente já morreu em algum lugar dentro de nós.

Pedro, o apóstolo, também mentiu quando disse não conhecer o Cristo. Ele que o amava tanto, caiu na mentira. De lá para cá pouca coisa ou nada mudou. Escutamos mentiras na Política, na Educação, na Saúde, nos conceitos e preconceitos, das pessoas que amamos, das crianças. Escutamos mentiras até do pedinte à porta que quer nos sensibilizar para encobrir sua preguiça, ou seu vício, ou tantas outras razões que a própria razão desconhece.

A mentira dói, magoa e decepciona a gente. Dói porque o alvo, que somos nós, está sendo desrespeitado. É subestimada a nossa inteligência, a nossa capacidade de poder lidar com aquela questão que nos está sendo escondida. A mentira deslavada é a pior de todas. Essa não encontra nenhuma justificativa além da ingenuidade daquele que mente em achar que o outro será incapaz de chegar à verdade. 

Alguém muito importante disse um dia: "Eu sou a Verdade, o Caminho e a Vida". A verdade cabe em qualquer lugar. Sem a verdade eu não encontro meu caminho e, desnorteada,  posso acabar perdendo a alegria da vida.

by Crisbalbueno




terça-feira, 17 de maio de 2011

Idoso cuidando de idoso

Ainda não achei na literatura um livro que tratasse do tema acima citado. É complicado. Afinal, idoso cuidando de idoso precisa de uma supervisão. São duas cabeças lidando com os mesmos problemas - ou quase os mesmos - ou pelo menos quase na mesma intensidade: o esquecimento e suas consequências.

O idoso mais idoso não consegue aceitar e nem lidar com seus esquecimentos. É uma questão até de honra. Uma vez mãe, sempre mãe. É difícil descer do pedestal materno arcaico onde mãe não erra, mãe sabe tudo, mãe não obedece aos filhos, está sempre certa e filhos devem obedecer seus pais independente de qualquer idade.

O idoso mais jovem - se é que posso assim dizer - por sua vez, no papel desempenhado de cuidador da mãe, também é mãe, mas não deixa de ser filho. Nessa função precisa usar da autoridade de idoso mais jovem e da pseudo submissão de idoso filho. É complicado.

Nenhum dos dois idosos querem admitir o novo papel: de cuidador e de ser o objeto dos cuidados do outro, sendo o outro a filha. E tem ainda uma outra questão. Se o cuidador está atento ao idoso mais idoso porque o esquecimento agora abrange as áreas prioritárias da vida como saúde, alimentação e higiene, ele também, o idoso mais jovem, já sente que o esquecimento o está driblando. O que fazer?

Socorro...alguém me lembre que eu lembre mamãe dos seus remédios, da hora do banho, do lanche da tarde, de comprar os legumes da sopa da noite e do panetone do café da manhã que ela tanto gosta. Socorro....É, é assim que ficamos nós idosos cuidando de idoso. Pedindo socorro.

Alguns meses atrás tive um ideia. Que tal lançar-me no mundo dos websites? Do Facebook, do Twitter, do Blogger, do Google Reader? Na aquisição de um iPad? Percebi que necessitava urgentemente ocupar minha mente de coisas mais complexas para distanciar-me o quanto mais do temível 'alemão'. Parece que está dando certo.

Voltar à rotina do trabalho de mãe aos 61 anos não somente nos estressa como também nos assusta, porque acabamos esquecendo de como é ser mãe novamente. Caimos no risco de não pensar em nós deixando de lado o lazer, abandonando alguns compromissos, não exercendo o nosso direito de ir e vir. Mas tem uma coisa que traz grande satisfação - é poder agora cuidar de quem cuidou tanto da gente. Para que isso aconteça uma palavrinha precisa estar dominando nossos sentimentos: AMOR! Sem ela idoso cuidando de idoso não dá certo.

O amor acalma e aquece. Ajuda a aceitar essa mudança drástica na nossa vida mesmo que tenhamos de abdicar de algumas coisas que pensávamos que ao envelhecer fossemos realizar: viajar mais, não ter hora para nada, estar liberada da criação dos filhos e outras 'cositas mas'.

by Crisbalbueno

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O conserto do relógio

Terça feira passada fui ao centro. Achar um relojoeiro em Shopping é difícil. Mais difícil ainda é ir ao centro de carro. Não mesmo. Sempre pego meu ônibus e tranquilamente  vou olhando a paisagem e escutando os comentários dos usuários ao meu lado. Vão de briga com vizinhos à política. Agora os mais recentes comentários são sobre as redes sociais.

 Achei uma graça um senhor incentivando um imigrante japonês de seus 74 anos a usar as redes sociais. E por que nâo? Nós idosos não somos menos inteligentes que os jovens no manejo com a web. Eles só são mais jovens. O que faz a diferença é que eles não se incomodam em errar, têm mais tempo disponível para ficar on line - ou fazem esse tempo - e são muito curiosos. A curiosidade é uma ótima mestra. Achei ótima a aula sobre o Twitter, Facebook,  Blogs e os comentários sobre "estar atualizado". E o senhor idoso ficou super animado.

Mas voltemos à minha ida ao centro para levar um relógio de mamãe - uma senhorinha de 92 anos e 7 meses - ao conserto. Confesso que fui um pouco contrariada, pois num mundo onde quase tudo é descartável, conserto de relógio me pareceu um pouco antiquado. Mas "é relógio de marca, relógio bom, é um Technos", disse mamãe, dissolvendo todo meu desejo de fugir do trabalho incumbido.

Caminhando pela Praça Osório, entre o borburinho dos transeuntes e das pessoas sentadas nos bancos da praça, uma música ficou ao fundo me chamando a atenção. Era uma dessas músicas 'dor de cotovelo' para não falar outra coisa. Mas foi o refrão que me ficou gravado: "...ainda quero ver você chorar como eu chorei...ah...quero ver você chorar tudo que eu chorei...". Coisa de apaixonado. Vingança boba. O sofrimento do outro até pode trazer uns poucos momentos de satisfação para quem foi deixado ou traído. Mas somente isso. A vingança não é uma boa amiga. É ilusória. Faz mal e deixa marcas. Muitas relações terminam porque a comunicação foi falha. Porque não conversaram sobre coisas que ficaram mal explicadas, porque se fugiu de certos assuntos. É muito mais fácil "descartar" o outro. Trocar por outro.

 Ah...agora cheguei onde queria, pois, afinal, o que tem a ver conserto de relógio com 'dor de cotovelo'? Hoje quase tudo é descartável. Parece que não fazem mais nada para durar para sempre. Assim como os relógios. Mas o de mamãe não. Levei-o ao conserto e recebi-o de volta novinho em folha. Até polidinho, brilhante. E olha que deve ter com certeza mais de 22 anos, que é o tempo que mamãe mora comigo. Mamãe apostou no seu "Technos" e o recuperou. Porque não fazer o mesmo na relação? Aposte no seu homem, aposte na sua mulher. Não descarte seu companheiro, não descarte sua companheira. Lembre-se que foi você que o (a) escolheu e que ele (a) era 'novinho em folha'. O conserto do relógio de mamãe valeu a pena. Faça a sua parte agora. 

by Crisbalbueno








terça-feira, 10 de maio de 2011

Pedido de SOS

Muitas vezes acabamos esquecendo que nossos policiais, apesar de treinados, são pessoas comuns, com sonhos, desejos, família e também conflitos interiores. Arriscam suas vidas a cada trabalho enfrentado. É claro que foi a escolha de cada um, mas as emoções estão sempre ativadas à medida que começam seu trabalho. Ah, mas são eles os responsáveis pela segurança do povo, do país. Sim, mas como está sendo tratada a questão  do emocional? A assistência psicológica deve ser sempre a prioridade para que nossos policiais não cheguem a um estresse total, somatizando todas as emoções que não foram trabalhadas. As consequências podem até criar um forte mecanismo de defesa que é a violência: o corpo pedindo socorro. Uma recente estatística mostra que 30% dos nossos policiais militares que enfrentaram o PCC em 2006, sofrem de estresse pós trauma, TEPT. Fico pensando que eles cuidam do povo e o sistema cuida muito pouco deles. Questão de cultura social.

by Crisbalbueno

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Começo de semana

Enfim a volta ao trabalho. Pensando bem, é muito bom começar a semana trabalhando em vez de procurar trabalho. Vamos nos alegrar, trabalhadores de 2a feira. E quem está à procura de uma 2a feira cheia, boa sorte. Que tua próxima 2a. feira seja cansativa. Sinal que você estará trabalhando e não à procura de trabalho. Veja como assim ela fica muito mais atraente!
by Crisbalbueno