"Cada momento que deixamos passar sem expressar o nosso desejo para com ele, não volta jamais. Perdemos o sabor daquela vitória caso tivéssemos sido sinceras e corajosas para ser quem somos e não ficarmos acuadas diante da palavra do outro. Nunca iremos saber como seria se tivéssemos ficado quietas, concordando ou não, com o que estava sendo dito.
Por que escutar sem participar ou participar sem acrescentar? Qual o receio em sermos quem somos? Que poder tem o outro para que não sejamos genuinamente quem somos? "Ah, você pode dizer, se eu disser tudo que sinto o outro pode não gostar e daí não tenho mais nada para lhe dar". É verdade, mas continua existindo o nosso desejo, mesmo que escondido, e em algum momento ele vai se mostrar. Não tem como esconder e o outro não vai aceitar a mudança no pensar.
É esse tipo de comportamento que cria relações falsas, fragilizadas, castelos sobre a areia. Logo tudo desmorona e ficamos mais só do que antes. Nada como ser autêntica, real. É claro que há um preço a ser pago, mas fica sempre a sensação - depois que sai a dor - de se ter sido real, verdadeira e não um personagem muito bem interpretado. Também dói, machuca ser quem somos. Isso porque nem sempre o outro tem a capacidade de entender ou interpretar nosso comportamento dentro dos mesmos princípios que utilizamos ao criá-los.
A grande verdade é que todos somos bem complicados. Queremos dizer alguma coisa que mostre nossa individualidade, nossa verdade e terminamos diante de um júri sem nenhum advogado de defesa, onde o promotor é um ser absoluto. Mas, doendo ou não, sempre vale a pena ser verdadeiro sem medo de não ser amado pelo que somos."
by Crisbalbueno
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