Algumas coisas incomodam-me um pouco. Umas inquietam-me muito. Outras machucam-me demais. Sobre as primeiras eu deixo passar. O tempo cura. Já as outras tenho que esclarecê-las rapidamente. E isso também machuca, porque lá no fundo, não quero admitir que sejam reais, que existam sob a máscara que cobre o rosto. Dói porque dou uma chance - às vezes mais que uma - para que sejam desnudas e mostrem a sua face. Nem sempre consigo o resultado desejado e então machuca mais uma vez. Mas...estou falando de quê? O que quero dizer com todo esse preâmbulo?
De algo que sempre existiu e que, infelizmente, parece que faz parte da humanidade. Falo da 'mentira'. Essa arma engatilhada que às vezes vem precedida da 'omissão'. Só que esta ainda dá chances para que a verdade seja dita, pois a mentira ainda não foi sacramentada. A omissão é uma 'mentira com botox'. É o lobo com pele de cordeiro. Mas depois que a arma foi engatilhada, mesmo que o tiro não saia, algum pedacinho da gente já morreu em algum lugar dentro de nós.
Pedro, o apóstolo, também mentiu quando disse não conhecer o Cristo. Ele que o amava tanto, caiu na mentira. De lá para cá pouca coisa ou nada mudou. Escutamos mentiras na Política, na Educação, na Saúde, nos conceitos e preconceitos, das pessoas que amamos, das crianças. Escutamos mentiras até do pedinte à porta que quer nos sensibilizar para encobrir sua preguiça, ou seu vício, ou tantas outras razões que a própria razão desconhece.
A mentira dói, magoa e decepciona a gente. Dói porque o alvo, que somos nós, está sendo desrespeitado. É subestimada a nossa inteligência, a nossa capacidade de poder lidar com aquela questão que nos está sendo escondida. A mentira deslavada é a pior de todas. Essa não encontra nenhuma justificativa além da ingenuidade daquele que mente em achar que o outro será incapaz de chegar à verdade.
Alguém muito importante disse um dia: "Eu sou a Verdade, o Caminho e a Vida". A verdade cabe em qualquer lugar. Sem a verdade eu não encontro meu caminho e, desnorteada, posso acabar perdendo a alegria da vida.
by Crisbalbueno
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