terça-feira, 24 de maio de 2011

A Verdade

Algumas coisas incomodam-me um pouco. Umas inquietam-me muito. Outras machucam-me demais. Sobre as primeiras eu deixo passar. O tempo cura. Já as outras tenho que esclarecê-las rapidamente. E isso também machuca, porque lá no fundo, não quero admitir que sejam reais, que existam  sob a máscara que cobre o rosto. Dói porque dou uma chance - às vezes mais que uma - para que sejam desnudas e mostrem a sua face. Nem sempre consigo o resultado desejado e então machuca mais uma vez. Mas...estou falando de quê? O que quero dizer com todo esse preâmbulo?

De algo que sempre existiu e que, infelizmente, parece que faz parte da humanidade. Falo da 'mentira'. Essa arma engatilhada que às vezes vem precedida da 'omissão'. Só que esta ainda dá chances para que a verdade seja dita, pois a mentira ainda não foi sacramentada. A omissão é uma 'mentira com botox'. É o lobo com pele de cordeiro. Mas depois que a arma foi engatilhada, mesmo que o tiro não saia, algum pedacinho da gente já morreu em algum lugar dentro de nós.

Pedro, o apóstolo, também mentiu quando disse não conhecer o Cristo. Ele que o amava tanto, caiu na mentira. De lá para cá pouca coisa ou nada mudou. Escutamos mentiras na Política, na Educação, na Saúde, nos conceitos e preconceitos, das pessoas que amamos, das crianças. Escutamos mentiras até do pedinte à porta que quer nos sensibilizar para encobrir sua preguiça, ou seu vício, ou tantas outras razões que a própria razão desconhece.

A mentira dói, magoa e decepciona a gente. Dói porque o alvo, que somos nós, está sendo desrespeitado. É subestimada a nossa inteligência, a nossa capacidade de poder lidar com aquela questão que nos está sendo escondida. A mentira deslavada é a pior de todas. Essa não encontra nenhuma justificativa além da ingenuidade daquele que mente em achar que o outro será incapaz de chegar à verdade. 

Alguém muito importante disse um dia: "Eu sou a Verdade, o Caminho e a Vida". A verdade cabe em qualquer lugar. Sem a verdade eu não encontro meu caminho e, desnorteada,  posso acabar perdendo a alegria da vida.

by Crisbalbueno




terça-feira, 17 de maio de 2011

Idoso cuidando de idoso

Ainda não achei na literatura um livro que tratasse do tema acima citado. É complicado. Afinal, idoso cuidando de idoso precisa de uma supervisão. São duas cabeças lidando com os mesmos problemas - ou quase os mesmos - ou pelo menos quase na mesma intensidade: o esquecimento e suas consequências.

O idoso mais idoso não consegue aceitar e nem lidar com seus esquecimentos. É uma questão até de honra. Uma vez mãe, sempre mãe. É difícil descer do pedestal materno arcaico onde mãe não erra, mãe sabe tudo, mãe não obedece aos filhos, está sempre certa e filhos devem obedecer seus pais independente de qualquer idade.

O idoso mais jovem - se é que posso assim dizer - por sua vez, no papel desempenhado de cuidador da mãe, também é mãe, mas não deixa de ser filho. Nessa função precisa usar da autoridade de idoso mais jovem e da pseudo submissão de idoso filho. É complicado.

Nenhum dos dois idosos querem admitir o novo papel: de cuidador e de ser o objeto dos cuidados do outro, sendo o outro a filha. E tem ainda uma outra questão. Se o cuidador está atento ao idoso mais idoso porque o esquecimento agora abrange as áreas prioritárias da vida como saúde, alimentação e higiene, ele também, o idoso mais jovem, já sente que o esquecimento o está driblando. O que fazer?

Socorro...alguém me lembre que eu lembre mamãe dos seus remédios, da hora do banho, do lanche da tarde, de comprar os legumes da sopa da noite e do panetone do café da manhã que ela tanto gosta. Socorro....É, é assim que ficamos nós idosos cuidando de idoso. Pedindo socorro.

Alguns meses atrás tive um ideia. Que tal lançar-me no mundo dos websites? Do Facebook, do Twitter, do Blogger, do Google Reader? Na aquisição de um iPad? Percebi que necessitava urgentemente ocupar minha mente de coisas mais complexas para distanciar-me o quanto mais do temível 'alemão'. Parece que está dando certo.

Voltar à rotina do trabalho de mãe aos 61 anos não somente nos estressa como também nos assusta, porque acabamos esquecendo de como é ser mãe novamente. Caimos no risco de não pensar em nós deixando de lado o lazer, abandonando alguns compromissos, não exercendo o nosso direito de ir e vir. Mas tem uma coisa que traz grande satisfação - é poder agora cuidar de quem cuidou tanto da gente. Para que isso aconteça uma palavrinha precisa estar dominando nossos sentimentos: AMOR! Sem ela idoso cuidando de idoso não dá certo.

O amor acalma e aquece. Ajuda a aceitar essa mudança drástica na nossa vida mesmo que tenhamos de abdicar de algumas coisas que pensávamos que ao envelhecer fossemos realizar: viajar mais, não ter hora para nada, estar liberada da criação dos filhos e outras 'cositas mas'.

by Crisbalbueno

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O conserto do relógio

Terça feira passada fui ao centro. Achar um relojoeiro em Shopping é difícil. Mais difícil ainda é ir ao centro de carro. Não mesmo. Sempre pego meu ônibus e tranquilamente  vou olhando a paisagem e escutando os comentários dos usuários ao meu lado. Vão de briga com vizinhos à política. Agora os mais recentes comentários são sobre as redes sociais.

 Achei uma graça um senhor incentivando um imigrante japonês de seus 74 anos a usar as redes sociais. E por que nâo? Nós idosos não somos menos inteligentes que os jovens no manejo com a web. Eles só são mais jovens. O que faz a diferença é que eles não se incomodam em errar, têm mais tempo disponível para ficar on line - ou fazem esse tempo - e são muito curiosos. A curiosidade é uma ótima mestra. Achei ótima a aula sobre o Twitter, Facebook,  Blogs e os comentários sobre "estar atualizado". E o senhor idoso ficou super animado.

Mas voltemos à minha ida ao centro para levar um relógio de mamãe - uma senhorinha de 92 anos e 7 meses - ao conserto. Confesso que fui um pouco contrariada, pois num mundo onde quase tudo é descartável, conserto de relógio me pareceu um pouco antiquado. Mas "é relógio de marca, relógio bom, é um Technos", disse mamãe, dissolvendo todo meu desejo de fugir do trabalho incumbido.

Caminhando pela Praça Osório, entre o borburinho dos transeuntes e das pessoas sentadas nos bancos da praça, uma música ficou ao fundo me chamando a atenção. Era uma dessas músicas 'dor de cotovelo' para não falar outra coisa. Mas foi o refrão que me ficou gravado: "...ainda quero ver você chorar como eu chorei...ah...quero ver você chorar tudo que eu chorei...". Coisa de apaixonado. Vingança boba. O sofrimento do outro até pode trazer uns poucos momentos de satisfação para quem foi deixado ou traído. Mas somente isso. A vingança não é uma boa amiga. É ilusória. Faz mal e deixa marcas. Muitas relações terminam porque a comunicação foi falha. Porque não conversaram sobre coisas que ficaram mal explicadas, porque se fugiu de certos assuntos. É muito mais fácil "descartar" o outro. Trocar por outro.

 Ah...agora cheguei onde queria, pois, afinal, o que tem a ver conserto de relógio com 'dor de cotovelo'? Hoje quase tudo é descartável. Parece que não fazem mais nada para durar para sempre. Assim como os relógios. Mas o de mamãe não. Levei-o ao conserto e recebi-o de volta novinho em folha. Até polidinho, brilhante. E olha que deve ter com certeza mais de 22 anos, que é o tempo que mamãe mora comigo. Mamãe apostou no seu "Technos" e o recuperou. Porque não fazer o mesmo na relação? Aposte no seu homem, aposte na sua mulher. Não descarte seu companheiro, não descarte sua companheira. Lembre-se que foi você que o (a) escolheu e que ele (a) era 'novinho em folha'. O conserto do relógio de mamãe valeu a pena. Faça a sua parte agora. 

by Crisbalbueno








terça-feira, 10 de maio de 2011

Pedido de SOS

Muitas vezes acabamos esquecendo que nossos policiais, apesar de treinados, são pessoas comuns, com sonhos, desejos, família e também conflitos interiores. Arriscam suas vidas a cada trabalho enfrentado. É claro que foi a escolha de cada um, mas as emoções estão sempre ativadas à medida que começam seu trabalho. Ah, mas são eles os responsáveis pela segurança do povo, do país. Sim, mas como está sendo tratada a questão  do emocional? A assistência psicológica deve ser sempre a prioridade para que nossos policiais não cheguem a um estresse total, somatizando todas as emoções que não foram trabalhadas. As consequências podem até criar um forte mecanismo de defesa que é a violência: o corpo pedindo socorro. Uma recente estatística mostra que 30% dos nossos policiais militares que enfrentaram o PCC em 2006, sofrem de estresse pós trauma, TEPT. Fico pensando que eles cuidam do povo e o sistema cuida muito pouco deles. Questão de cultura social.

by Crisbalbueno

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Começo de semana

Enfim a volta ao trabalho. Pensando bem, é muito bom começar a semana trabalhando em vez de procurar trabalho. Vamos nos alegrar, trabalhadores de 2a feira. E quem está à procura de uma 2a feira cheia, boa sorte. Que tua próxima 2a. feira seja cansativa. Sinal que você estará trabalhando e não à procura de trabalho. Veja como assim ela fica muito mais atraente!
by Crisbalbueno